Dia dos namorados: o impacto dos sentimentos na saúde do coração
(Redação Mundo Positivo)
Amar faz bem para a saúde? É possível morrer por amor? Com a proximidade do Dia dos Namorados, fala-se com frequência sobre as alegrias e tristezas que envolvem os relacionamentos, o que muitos não sabem é que amor afeta, de fato, a saúde do coração.
O cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel explica que a relação entre as emoções e o coração têm base científica, pois o órgão possui um grande número de fibras nervosas das estruturas cerebrais, criando uma ligação estreita. Sendo assim, o coração sofre com as emoções, tanto as provenientes dos eventos positivos quanto negativos que acontecem em nossas vidas.
Os riscos da solidão
A importância das emoções e relações para o bem-estar foi comprovada por um estudo realizado pelo Departamento de Saúde da Universidade de York, no Reino Unido, e publicado em abril na revista Heart. Nele constatou-se que pessoas solitárias têm 30% mais chances de desenvolver doenças coronárias e acidente vascular cerebral (AVC). Para os estudiosos a solidão oferece o mesmo impacto para o coração do que o estresse e a ansiedade. Além disso, eles notaram que as pessoas com ausência de relações afetivas, costumam ser mais depressivas, estressadas e possuem um estilo de vida menos saudável. Normalmente, não cuidam da alimentação, fumam, consomem bebidas alcoólicas e não praticam atividades físicas.
“É preciso levar em consideração a situação pessoal em que o indivíduo se encontra em um processo clínico. Se é uma pessoa sozinha ou se tem um companheiro, se o relacionamento amoroso é harmônico ou não. O estado emocional em que se vive afeta diretamente a saúde”, explica Dr. Edmo Atique Gabriel.
Um estudo divulgado em abril de 2016, realizado por uma universidade dinamarquesa com quase um milhão de pessoas constatou que a morte do companheiro aumenta em 41% o risco de uma arritmia no coração.
Síndrome do Coração Partido
A perda de um amor, seja por morte ou ruptura de um relacionamento, já é reconhecida como um problema de saúde, a Síndrome do Coração Partido e leva muita gente ao hospital com suspeita de infarto. Também chamada de cardiomiopatia de Takotsubo, ela foi relatada pela primeira vez por médicos japoneses, no início dos anos 1990, e recebeu esse nome graças à imagem do ventrículo esquerdo na sístole que, após o problema, se assemelhava a uma armadilha para capturar polvos (tako) em forma de pote (tsubo) muito comum no Japão. No Brasil, o primeiro registro da doença foi em 2005.
Nessa síndrome, o coração fica mais ovalado e parte do músculo para de funcionar, assim como no infarto. A principal diferença entre os dois é que, no infarto, há as obstruções das artérias e o coração não volta a funcionar sozinho. Já cardiomiopatia de Takotsubo, não há qualquer tipo de obstrução, o coração para e depois volta ao normal. Segundo Dr. Edmo Atique Gabriel, os casos descritos na literatura médica foram desencadeados por situações de estresse e de emoção intensas, que promoveram uma secreção anormal de adrenalina e noradrenalina, com efeitos deletérios no coração.
Os sintomas, no entanto, são os mesmos do infarto: dor no peito, queda de pressão e desmaio. Na maioria dos casos, o paciente melhora e fica sem sequelas. O tratamento é feito com remédios para manter a pressão e o batimento cardíaco. “É importante fazer o acompanhamento e normalizar essa arritmia, pois aumenta a chance de um derrame”, explica Edmo.
Como a síndrome surge após a pessoa passar por fortes emoções, não há como preveni-la. Mas o especialista alerta que convêm evitar situações extremas de brigas, separações, estresse e angústia. “Uma pessoa angustiada, libera na corrente sanguínea hormônios que prejudicam o coração. Tanto que uma das doenças cardíacas, a angina, é conhecida como Angor Pectoris (angústia do peito)”, comenta Dr. Edmo.
Para cuidar do coração
Assim como os estados emocionais negativos de solidão e decepção amorosa geram doenças cardíacas, o sentimento de amor contribui para o coração bater no compasso certo, pois traz benefícios para organismo que reduzem as inflamações e a morte celular no tecido cardíaco. Mais um motivo para os apaixonados comemorarem o dia dos namorados.
Cinco dicas para proteger o seu coração:
- Não perca o sono: brigas, desentendimentos separações… São muitas as possíveis reviravoltas na vida amorosa. Mas, a despeito delas, é preciso cuidar da qualidade do sono. Não deixe que o sentimento de solidão e abandono altere o seu padrão de sono, pois ele é fundamental para a manutenção da saúde.
- Desabafe ou faça terapia: como nem sempre é possível blindar o organismo de situações extremas, uma boa opção para canalizar o estresse são sessões de terapia. O acompanhamento psicológico pode ser fundamental na melhora do paciente, principalmente se a Síndrome do Coração Partido tiver acontecido por conta da perda de um ente querido. Uma boa conversa ou desabafo com alguém de confiança também pode ser uma ótima opção.
- Não compense na comida: mantenha uma alimentação equilibrada. Procurar conforto em doces ou alimentos gordurosos pode trazer uma satisfação momentânea, mas a longo prazo só irá piorar sua situação. Além de obstruir as artérias, este tipo de alimento engorda, portanto não contribui nem para a saúde, nem para a autoestima.
- Cultive pensamentos positivos: diversas áreas da medicina e da psicologia já comprovaram o poder e os benefícios do pensamento positivo. Lembre-se que você não é o que te acontecem, mas o que escolhe fazer com isso. Uma mudança de atitude psicológica colabora para a recuperação da saúde.
- Mantenha a mente ocupada: faça atividades físicas, desenvolva hobbies e procure ter atividades de lazer. Uma pessoa ativa é mais saudável no corpo e na mente!
Fonte: http://www.mundopositivo.com.br/